A humanização é descrita, no campo da saúde, como uma aposta ético-estético-política. É uma aposta ética porque envolve a atitude de usuários, gestores e profissionais de saúde comprometidos e co-responsáveis. É estética porque se refere ao processo de produção da saúde e de subjetividades autônomas e protagonistas. E é política porque está associada à organização social e institucional das práticas de atenção e gestão na rede do SUS.
Com base nesta concepção, foi criada pelo Ministério da Saúde, em 2003, a Política Nacional de Humanização, atuando de forma transversal às demais políticas de saúde, a fim de impactá-las e interferir na qualificação da atenção e gestão do SUS. Sua criação se deve à necessidade de avanço e qualificação do sistema nacional de saúde, na relação e nos processos de atenção ao usuário, bem como no trabalho de gestores e trabalhadores da área, reconhecendo a singularidade e a capacidade criadora de cada sujeito envolvido.
A Política Nacional de Humanização se pauta em três princípios: inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde, transversalidade e autonomia e protagonismo dos sujeitos. Além disso, está em constante atualização, em busca de coerência com os princípios do SUS, sendo uma política institucional construída coletivamente, envolvendo não só o governo federal, mas as instâncias estaduais e municipais. Para se efetivar a humanização é fundamental que os sujeitos participantes dos processos em saúde se reconheçam como protagonistas e corresponsáveis de suas práticas, buscando garantir a universalidade do acesso, a integralidade do cuidado e a equidade das ofertas em saúde.
Fontes:
Dicionário da Educação Profissional em Saúde
Ágora Abrasco realizada em 28/04/2022 discute os rumos da Política Nacional de Humanização, com a participação de integrantes da construção dessa iniciativa para o cuidado e acolhimento no SUS. Acesse o vídeo com o debate
Mapeamento de Doulas, realizado pela Associação de Doulas do Rio de Janeiro em parceria com a EPSJV/Fiocruz, apresenta informações sobre doulas em territórios de quatro regiões do Brasil
Coletânea produzida pela Editora Fiocruz reúne obras clássicas e contemporâneas sobre amamentação e políticas para infância no Brasil, dentre elas o mais famoso livro do pediatra Antônio Fernandes Figueira, de 1910
Lei proibindo o uso de algemas em mulheres que estejam em trabalho de parto ou tenham acabado de dar à luz foi sancionada. A prática era tolerada em mães que estão presas e saem para ter seus filhos
Estudo buscou entender como o brincar auxilia no bem-estar das crianças, identificando resultados e mudanças que permitem mais autonomia e participação durante a hospitalização, e as interações sociais
Ministério da Saúde lança diretrizes contra manobras agressivas em partos. Documento recomenda mais de 200 procedimentos para melhorar a qualidade no atendimento e aliviar dor de gestantes
Conheça o documento base da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde – HumanizaSUS, que defende a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde