Uma roda de conversa realizada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), na Biblioteca de Manguinhos, na Fiocruz (Rio de Janeiro), no dia 15/5, marcou o lançamento do site PenseSUS - A reflexão fortalece essa conquista. Antes do debate, Aldo Pontes e Marina Maria, da seção de Comunicação do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde do Icict, apresentaram o processo de criação do site, formas de navegação e conteúdos disponibilizados, entre reportagens, entrevistas, vídeos, artigos e publicações, produzidos pela Fiocruz e outras instituições.
Participaram da abertura do evento de lançamento Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da instituição, Umberto Trigueiros, diretor do Icict/Fiocruz, além de Ana Tereza Camargo, diretora administrativa do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), e Nilson Costa, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), representando parceiros institucionais do site PenseSUS.
Durante sua participação, Nísia Trindade destacou que, ao se pensar no projeto do site, buscava-se desenvolver um espaço on-line integrado com outras iniciativas. “Nossa ideia era que o site proporcionasse um espaço para a discussão sobre as questões do SUS. O processo de construção do PenseSUS foi bastante dialogado entre o conselho deliberativo e os pontos destacados nesses encontros estão representados nos verbetes que compõem o site”, disse a vice-presidente da Fiocruz.
Em seguida à abertura, foi iniciada roda de conversa sobre o tema Internet e direito à saúde: experiências e perspectivas para o SUS, com a mediação de Rodrigo Murtinho, vice-diretor de Informação e Comunicação do Icict/Fiocruz. Na ocasião, Bia Barbosa, coordenadora do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Michely Ribeiro, conselheira nacional de saúde e integrante da Rede Lai Lai Apejo - População Negra e Aids, e Karen Athié, facilitadora da Comunidade de Práticas, do Departamento de Atenção Básica do Ministério de Saúde, apresentaram um panorama sobre o Marco Civil da Internet, aprovado recentemente no Brasil, e compartilharam experiências do uso da internet para reivindicar o direito à saúde e o acesso a bens e serviços do SUS.
Bia Barbosa falou sobre alguns pontos do Marco Civil da Internet e ressaltou que “a internet hoje é o único meio de comunicação de massa que permite a ampla participação da sociedade e, justamente por isso, sofre ameaças”. Ela também apresentou o vídeo Neutralidade da Rede, produzido pelo Intervozes, juntamente com outras organizações.
Apesar dos avanços obtidos com a aprovação do Marco Civil da Internet, a dificuldade de acesso à rede no país e impasses para a universalização da banda larga também foram lembrados por Bia: “Apenas metade da população brasileira tem acesso à internet. Nas classes D e E, só 6% acessam internet. Na área rural, 10%. Na região Sudeste, 48% da população têm acesso, enquanto na região Norte esse número é de 21%”.
Já Karen Athié apresentou a trajetória da Comunidade de Práticas, uma plataforma on-line pensada desde 2011 para possibilitar a troca de experiências em atenção básica entre gestores e profissionais de saúde de todo o Brasil. A facilitadora enfatizou o número de usuários que a rede conquistou em pouco tempo de atuação da nova versão da plataforma que, em menos de um ano, já reúne cerca de 28 mil usuários participando, havendo 5 mil experiências em atenção básica já cadastradas.
Fechando o debate, a conselheira nacional de saúde Michely Ribeiro apresentou os mecanismos de comunicação e estratégias de mobilização nacional adotadas pela Rede de Saúde da População Negra. De acordo com Michely, a partir de 2011 as articulações via internet foram consideradas prioritárias para o debate, divulgação de informações e implementação das ações da Rede, resultando no desenvolvimento de site e páginas em redes sociais. Além disso, ela enfatizou a possibilidade da realização de trabalhos colaborativos a partir da internet, o que tem sido central para a defesa do direito à saúde da população negra. “O site, por exemplo, conta com a colaboração dos usuários para a atualização do conteúdo. Sempre que algum integrante da rede participa de algum evento sugerimos que ele tire uma foto e faça um relato para o site”, destacou Michely, apresentando detalhes sobre campanhas e diferentes iniciativas da Rede pela internet.
Acesse os slides apresentados por Michely Ribeiro e Karen Athié durante o lançamento.
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